Segundo os dados do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) as mulheres ocupam apenas 15,2% das cadeiras nos conselhos administrativos, fiscais e diretorias de capital aberto do país.
A pesquisa demonstrou, que embora o número seja baixo, ele teve um pequeno aumento com relação a 2022, que era 14,3%. No estudo foram entrevistadas 6160 profissionais em 389 empresas. Descobriu-se que apenas 25% das companhias têm mulheres atuando nos conselhos de administração e nas diretorias. Outras constatações foram a de que 82,5% têm alguma mulher na liderança, em 65,8% elas atuam nos conselhos de administração e em 49,2% nas diretorias.
As mulheres sempre estiveram nas cooperativas
A presença das mulheres na história das cooperativas já vem de longa data, desde a criação do movimento cooperativista em 1844. Ele começou com a Sociedade Cooperativa Equitativas dos Pioneiros de Rochdale, no interior da Inglaterra, com a tecelã Eliza Brierley. Ela foi a primeira mulher a se associar a uma cooperativa, em uma época que a presença feminina era ignorada e vista com maus olhos. Mais tarde, em 2009, a inglesa Pauline Green se tornou pioneira ao presidir a Aliança Cooperativa Internacional (ACI). No continente americano, outra mulher representou a sua regional, a uruguaia Graciela Fernandez Quintas.
Para Rosilene Marcelino, professora universitária, conselheira do laboratório de Consumer Insights, da ESPM-SP (CI-Lab), professora de Publicidade, Ciências do Consumo, Cinema/Audiovisual, Identidade, Diversidade e Inclusão da ESPM, são muitas as barreiras enfrentadas no mercado para a ascensão de mulheres.
“A analista Priscila Yazbeck, a partir de levantamento realizado pela BR Rating, coloca que em uma pesquisa feita com 486 empresas, que empregam de 200 a 10 mil funcionários, sendo 59% de nacionais e 41% multinacionais, apenas 3,5% das companhias têm CEOs mulheres e 16% têm mulheres em cargos de diretoria. Já 19% das corporações têm mulheres em cargos de gerência. É preciso engajamento de variados agentes sociais para contornar essas desigualdades”, lembra Marcelino.
Uma das iniciativas é o movimento Elas Lideram 2030, que atua em parceria com o Pacto Global da ONU Brasil e ONU Mulheres e tem como ambição ter 1500 empresas comprometidas com a paridade de gênero na alta liderança até 2030.
Até 2025, espera-se chegar à marca de 30% de mulheres em cargos de alta liderança e, em 2030, eleva-se para 50%.
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